Economia

Trocas comerciais fracas derrubam as taxas de fretes de contêineres na Costa Leste da América do Sul

nov, 30, 2022 Postado porSylvia Schandert

Semana202248

Dados recém divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar sobre a movimentação brasileira de contêineres indicam que em outubro as exportações brasileiras via contêineres caíram 5,08% em relação a igual mês de 2021.

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a queda é de 3,5% em comparação com o período de janeiro a outubro de 2021,  ou seja, 83.571 TEUS a menos que no ano anterior.

O gráfico a seguir, elaborado com base nos dados do DataLiner, traz um histórico das exportações brasileiras via contêineres e permite uma visualização mais clara do cenário descrito acima:

Exportações brasileiras via contêineres | Jan 2019 – Out 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner

Exportações brasileiras via contêineres | Jan – Outubro | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Importações

Já as importações brasileiras via contêineres acumulam, nos primeiros dez meses de 2022, uma queda de 4,4% em relação ao período de janeiro a outubro de 2021. Foram 98.405 TEUs importados a menos em 2022 em relação ao ano anterior.

Apesar disso, em outubro, o saldo é positivo:  os volumes foram 12,9% superiores ao de igual mês de 2021. Confira o gráfico abaixo:

Importações brasileiras via contêineres | Jan 2019 – Out 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner

Importações brasileiras via contêineres | Jan – Outubro| TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Fretes em baixa

A baixa troca comercial do Brasil com os demais países continua derrubando os fretes marítimos. De acordo com a última edição do boletim Platts Americas Container Freight, da S&P Global, divulgada no dia 28 de novembro, os fretes para a América do Sul continuam em uma trajetória decrescente, que já se estende por semanas. Fontes do mercado afirmaram que as transportadoras continuaram a realocar a tonelagem disponível para longe da movimentada rota trans-pacífica em direção a América Latina, o que pressionou as taxas aplicadas apesar da fraca demanda.

As taxas do Extremo Oriente à Costa Leste da América do Sul chegaram a US$ 2.100/FEU em 23 de novembro, uma queda de US$ 400 em relação à semana anterior. Vale destacar que em dezembro de 2021, as tarifas para cargas importadas do Extremo Oriente para a Costa Leste da América do Sul atingiram o pico de US$ 12.800/FEU.

Os backhauls permaneceram amplamente estáveis, embora as fontes tenham notado que as transportadoras aceitaram melhor a maioria dos pedidos de exportação, especialmente das regiões de carregamento da América do Norte.

Perspectivas

Para 2023, os fretes devem continuar mais baixos, uma vez que é prevista uma expansão da capacidade da frota para 2023 e 2024 com a chegada dos navios encomendados em 2020/21.

Além disso, a partir do primeiro dia de 2023, novas regras da IMO entram em vigor e será obrigatório que todos os navios calculem seu Índice de Eficiência Energética de Navio Existente (EEXI) alcançado para medir sua eficiência energética e iniciar a coleta de dados para o relatório de seu indicador anual de intensidade de carbono operacional (CII). Navios poucos eficientes e poluidores serão gradualmente sendo substituídos por navios mais modernos.

Um maior desmanche de navios é esperado para o segundo semestre de 2023, o que pode reduzir a capacidade disponível e segurar um pouco os fretes. Porém é pouco provável que seja o suficiente para balancear a capacidade dos novos entrantes fabricados.

Segundo a Alphaliner, em 2023, entrarão em operação 343 navios com capacidade para transportar 2,3 milhões de TEUs, representando um incremento de oferta de capacidade de 8,1%, mas a demanda global crescerá tão somente em torno de 2,7%, gerando um descompasso entre a oferta e a demanda.

Ao todo há cerca de 917 navios (7 milhões de TEUs) encomendados, equivalentes a 27,4% da frota nacional em operação.

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